sexta-feira, 14 de junho de 2013
A ética dos nossos prefeitos
Sebastião Cavalcante/PSDB, o primeiro prefeito da recém emancipada Itaitinga, foi eleito em outubro de 1992, tomou posse em janeiro de 1993 e governou até dezembro de 1996. Ao deixar o governo para seu sucessor Lourival Tavares, Sebastião dedicou-se às suas empresas evitando aparecer em público em momentos políticos, não interferindo na gestão do seu sucessor.
O empresário Lourival Tavares/PSDB, governou de 1997 a 2000, sendo reeleito para novo mandato de 2001 a 2004, porém deixou o governo no início de 2004, e o seu vice Mauro Cavalcante assumiu até o final do ano e do mandato. Neste período, o Hospital Municipal Ester Cavalcante Assunção - HMECA ganhou um importante prêmio da Secretaria Estadual de Saúde do Ceará, o prêmio HOSPITAL AMIGO DO PEITO, por ter incentivado a amamentação infantil obtendo excelentes resultados. O prêmio foi atribuído no final do ano de 2004, porém sua entrega ficou para 2005, em outra gestão.
Em 2005 assumiu o governo municipal o juiz federal aposentado (antes do tempo) Abdias Patrício Oliveira/PRB, que inclusive nomeou-me em janeiro para a então coordenação, depois Secretaria do Meio Ambiente. Lembro-me perfeitamente do enorme constrangimento que passei no HMECA, quando os representantes do estado vieram entregar o prêmio HOSPITAL AMIGO DO PEITO e inaugurar a placa alusiva ao fato. Apesar de estar presente no local a enfermeira Fernanda, maior articuladora da campanha de amamentação e maior responsável pela conquista do prêmio, Abdias Patrício recebeu o prêmio como se o êxito da campanha em Itaitinga tivesse sido trabalho dele, ou como se ele mesmo tivesse amamentado, pessoalmente, nossas crianças. Discursou, gargalhou, chorou de emoção, em gestos teatrais, meticulosamente ensaiados em casa. Eu, que nada tinha a ver com aquilo, morri de vergonha, sem saber onde enfiar a cara. Mas ali, com apenas um mês de governo, começávamos a ter uma noção do que estaria para vir.
Abdias Patrício governou até 2008, trocou de partido e reelegeu-se pelo PSB, para o período 2009 a 2012. Foi uma gestão pífia, com a interferência nociva de sua família, com quem dividiu o poder.
Em 2013, o povo mostrou que queria mudar e elegeu Abel Rangel/PPL, já então com três mandatos de vereador e um de vice-prefeito, na última gestão de Abdias Patrício, com quem rompeu. Abel assume o governo encontrando um município destroçado pela operação desmonte, com dívidas quase impagáveis. E eis que hoje, 14 de junho, o governador do estado anunciou que estaria em Itaitinga, no Parque D. Pedro, para assinar uma ordem de serviço para asfalto de diversas ruas daquele bairro abandonado e esquecido pela gestão Abdias Patrício.
Foi fácil para Abdias Patrício, do mesmo partido do governador, subir ao palanque e até discursar, como se ainda fosse o prefeito do município. Para quem entrou mal, usurpando o prêmio HOSPITAL AMIGO DO PEITO, não é surpresa sair mal usurpando as conquistas do prefeito Abel Rangel para o Parque Dom Pedro.
Vai para casa, Abdias, tenta fingir que ainda lhe resta um pouquinho de ética e decência!
FOTO: Da esquerda para a direita Alonso Bessa, chefe de gabinete; o prefeito Abel Rangel, o Secretario de Estado da Copa Ferrucio Feitosa e a vice-prefeita Erivanda Nogueira.
Eleição de diretores
O Estado do Ceará assistiu envergonhado o processo eleitoral para a escolha de diretores das suas escolas de ensino médio. Podem ser candidatos os professores que possam comprovar seis anos em sala de aula e curso de gestão escolar. Podem votar os professores, funcionários, alunos e pais de alunos.
Em alguns municípios, diretoras que concorriam à reeleição, usaram a máquina em suas mãos, para derrubar outros candidatos, cassando-lhes os registros. Em outros, vereadores, ex-prefeitos, secretários de educação, apoiaram ostensivamente a diretora, candidata à reeleição, para cobrar-lhe depois apoio em futuras eleições municipais.
Muitos candidatos à vaga de diretor, homens e mulheres com cursos de pedagogia e gestão escolar, com mais de seis anos de prática em sala de aula, repentinamente, esqueceram princípios éticos e foram para as ruas COMPRAR VOTOS de seus alunos, de seus familiares, de colegas professores. A que ponto chegou este país! Os mestres de nossos filhos lhes ensinam a prática da compra de votos em eleições. A lei do vale tudo.
Um momento que deveria servir na escola, para que se lhes ensinasse o valor da democracia, ensinam-lhes a praticar o crime, um crime contra a democracia, contra princípios morais, que poderiam ensinar em qualquer lugar, menos na escola.
Repressão no Brasil assusta aqui e no exterior
Em praticamente todo o país, jovens e idosos, cidadãos de forma geral, estão protestando contra o aumento de tarifas de ônibus e metrô.
A situação é mais séria em São Paulo e no Rio de Janeiro. Será que o motivo PE apenas a redução das passagens, ou há mais coisas, há muito reprimida no peito de cidadãos trabalhadores? Nossos governos, em todos os níveis, municipal, estadual e federal, nada têm feito em relação à políticas de mobilidade urbana. Acabaram de acontecer em todo o país, as Conferências Municipais das Cidades. Estão sendo preparadas as Conferências Regionais das Cidades. Virão ainda as conferências estadual e nacional das cidades. E o que se vê em todas as que já acocnteceram? O clamor popular pela mobilidade urbana, que os governos não ouvem.
A voz do povo nas conferências é soberana. Os governantes precisam atender o que vem sendo apresentado nas CONFERÊNCIAS DAS CIDADES. Nossos governos hoje, correm com obras de mobilidade urbana para atender turistas nas copas das confederações e na copa FIFA. E depois? Teme-se que tudo volte a ser o que era antes.
O povo tem o direito de se organizar pacificamente para protestar, como uma forma de cobrar mudanças de atitudes de nossos governantes. É lamentável ver nos telejornais, as cenas que acontecem nos protestos do Rio de Janeiro e de São Paulo, e que precisam ter um fim.
O direito à manifestação pacífica é um direito constitucional, é instrumento da democracia, é direito de todos. As cenas que hoje assistimos, me fazem lembrar os piores momentos da repressão da ditadura militar.
Os governantes precisam lembrar, ou serem lembrados que cassetetes, balas de borracha, bombas de efeito moral, bombas de gás lacrimogêneo, tanques, “brucutus” e cavalaria, com muitas prisões, torturas e mortes, foram incapazes de calar o inconformismo e o desejo de mudanças de todo um povo que hoje recomeça a se organizar.
Protestos de apoio ao que acontece aqui no Brasil estão sendo feitos em Dublin, Lisboa, Paris e Berlim. Tal como na ditadura, gritos de apoio se fazem ouvir no exterior. Nossos protestos não podem parar!
Assinar:
Postagens (Atom)