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domingo, 15 de abril de 2012

Presidenta Dilma, nossa governanta


Volta a circular na net o mesmo velho e-mail que agride de forma vazia e até burlesca a imagem de "SUA EXCELÊNCIA, A SENHORA PRESIDENTA DILMA" como fazem questão de citá-la no e-mail.

No texto atribui-se ao Sr Hélio Fontes, talvez ele seja um “fake” e nem exista, a iniciativa de repudiar o termo PRESIDENTA, como se fora errado, alegando até que o Aurélio estaria se remoendo no túmulo. Não estava, Sr. Hélio Fontes, mas deve estar agora, depois que seu e-mail circulou na net com tanta bizarrice.

Mas já que foi sugerido vamos consultar o dito Aurélio:

PRESIDENTA – S. f. 1. Mulher que preside. 2. Mulher de um presidente

Mas não fiquemos apenas aí, consultemos também o Aulete e teremos consultado os dois maiores dicionários de português brasileiro.

PRESIDENTA - s. f. (fam.) || mulher que preside; esposa de um presidente. F. Presidente.

Mas o Sr. Hélio Fontes e quem quer segui-lo não para por aí. No campo ASSUNTO do e-mail chamam a presidenta de GOVERNANTA. Antes de tudo é querer rebaixá-la socialmente em claro desrespeito à categoria das governantas (trabalhadoras domésticas). Isso é crime de discriminação.

Mas aí, o Sr. Hélio Fontes, por conhecer pouco ou quase nada a língua portuguesa, errou novamente. A PRESIDENTA Dilma é a nossa GOVERNANTA, sim!. Vejamos novamente nossos principais dicionários:

No Aurélio:

GOVERNANTE – Adj. 2 g. e s.1. Que ou quem governa. S.f.2. Governanta.

No Aulete:

GOVERNANTA - sf.
1 Mulher que administra, ger. como profissional, a casa alheia.
2 Mulher encarregada da educação das crianças.
[F.: Fem. subst. de governante.]

Então afirmar que a presidenta Dilma é nossa governanta, realmente é falar um português correto, para homenagear quem foi eleita com 59% de aprovação popular e que hoje, dois anos depois está com 77%.

Deus salve a PRESIDENTA DILMA, nossa querida GOVERNANTA.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Insegurança e medo nas ruas de Itaitinga


Nesta semana, após mais um violento homicídio, ouvi um jovem afirmar que “os homicídios são tão constantes na cidade que viraram fatos banais”.

E o jovem prossegue afirmando que “Mata-se alguém, o povo sai das pizzarias, das lanchonetes, vai ver o corpo e volta para as pizzarias e lanchonetes, onde continuam a se divertir alegremente, sem falar mais no assunto.” Ninguém esboça revolta ou indignação.

Novamente o teatro na cena do crime. Viaturas da 3ª Cia. do 6º BPM e viaturas do Ronda do Quarteirão, são os primeiros a chegar, isolam a área e guardam o corpo. Chega a imprensa, as viaturas do Cotam ou CPC, da Homicídios, da Perícia Forense, e finalmente o rabecão do Instituto Médico Legal - IML.

Todos têm seu próprio ritual neste palco. Da imprensa, há um repórter de programa policial, ansiosamente aguardado pelo povo que comemora sua chegada com cochichos denotando felicidade. Com uma capa preta em gestos teatralescos e ensaiados se prepara para entrar em cena. Crianças e adolescentes correm, se empurram para se colocar atrás dele, defronte ao corpo. Ao sinal de “gravando” o homem começa a narrar a tragédia enquanto atrás dele, a criançada se anima, se empurra, pula, sorri, e acena para as câmaras em total felicidade por estarem aparecendo na TV. Seus pais, que nem de longe imaginam que amanhã a vítima poderá ser um dos seus filhos, não se incomodam com o fato.

Nas entrevistas, policiais afirmam categoricamente que a vítima tinha envolvimento com drogas. Assim, sem nenhuma investigação mais profunda. Dizem ainda que as investigações prosseguirão. Que investigações? Quando apresentaram algum autor destes crimes? O fato é que levado o corpo para o IML, parece que as investigações estão concluídas, e não se fala mais nisso até o próximo homicídio que pode ocorrer no dia seguinte, ou daí a uma semana.

Vidas jovens que se vão precocemente. Estatísticas da Organização das Nações Unidas – ONU mostram que quanto maior o tempo de estudo de um cidadão, maiores são as suas chances de conseguir bom emprego e, portanto, maiores são as suas chances de se afastarem da criminalidade. Levar os municípios a investir em educação é a tábua de salvação para aqueles jovenzinhos que hoje acenam para as câmaras, por trás do repórter policial fantasiado.

Mas quando falamos em insegurança na cidade, não podemos nos restringir somente a este aspecto. E as fugas dos presídios? A última foi da Casa de Privação Provisória de Liberdade Prof. Jucá Neto – CPPL III. Fugas cinematográficas com a presença de viaturas de todas as polícias que temos, Cotam, Ronda, CPC, Gate, Canil e helicópteros, que fazem um grande show, onde quase sempre não se observam resultados. Uma vez ou outra, fugitivos são imediatamente recapturados ou mortos, soldados são baleados, mas invariavelmente, a população assombrada, se esconde em casa, onde não estão mais seguros do que nas ruas.

Começam a acontecer sequestros e saidinhas bancárias. E para que a sociedade se oponha a tudo isso, temos um policiamento ostensivo que conta com o grande esforço e boa vontade do Sub-Ten. PM Wellington e um total de 17 homens que trabalham por vocação, por esforço pessoal, pois o estado não lhes dá a menor condição de realizar um bom trabalho. Como não dá ao povo a segurança e a satisfação que os altos impostos recolhidos deveriam propiciar.

O Estado, através de sua Secretaria de Segurança Pública, coloca em Itaitinga, um município com mais de 35 mil habitantes, com 155 Km², apenas três viaturas e 17 homens, parte dos quais está trabalhando enquanto a outra parte encontra-se na escala de folga. Como se faz segurança pública assim?

Mais bizarra é a situação das delegacias. Seria cômica, se não fosse tão trágica a situação. As delegacias fecham aos sábados, domingos e feriados. Ontem, quinta-feira, 05/04/12, não era feriado, mas a Delegacia Metropolitana de Itaitinga estava fechada. Será que agora fechará sempre às vésperas de feriados? Quando dizemos fechada, significa que há apenas um único policial para tomar conta dos presos, sem delegado, sem escrivão, sem agentes. Não se registra um simples B.O. A orientação dada pelo atencioso e educado policial (pelo menos isso) era de que para o registro de um B.O. o cidadão teria que ir a Chorozinho percorrendo 100 Km de estrada para ida e volta e submetendo-se lá a intermináveis filas, na única delegacia de plantão em uma área imensa.

Até quando o Governo do Estado do Ceará vai continuar tratando tão mal seus servidores, professores, agentes penitenciários, policiais civis e militares, sem lhes dar melhores condições de trabalho e de salário? Tratá-los mal, é manter a população longe da educação, da saúde e da segurança pública. Isso precisa mudar!