Com uma população estimada em 32.382 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o nosso município de Itaitinga deveria ter uma área verde de 388.584 m², já que a Organização Mundial da Saúde preconiza 12 m² de área verde por habitante.
Itaitinga não tem esta área, nossa área verde está diminuindo e parece que nossa população quer continuar caminhando para rapidamente atingirmos o baixo índice da cidade de São Paulo, onde não há sequer 3m²/habitante.
Itaitinga não tem esta área, nossa área verde está diminuindo e parece que nossa população quer continuar caminhando para rapidamente atingirmos o baixo índice da cidade de São Paulo, onde não há sequer 3m²/habitante.
Gestor do Meio Ambiente em Itaitinga nos últimos quatro anos fico à vontade para dizer que estamos longe do ideal, bem como para afirmar que o povo deste município é o maior inimigo de árvores, quando percebo que a relação do nosso povo com nossas árvores passa muito longe daquilo que poderíamos chamar de respeito e cuidado. Nosso povo tem sido capaz de queimar árvores em suas calçadas ou quintais, sob o pretexto de que elas sujam demais, com a queda de suas folhas. Cortam-nas, perfuram-nas e ateiam fogo nas matas de nossas serras, por mero prazer, como o fizeram nos últimos quatros anos. Registramos um incêndio florestal com características criminosas a cada três meses!
Na gestão de 2005 a 2008, por duas vezes plantamos a Av. Cel. Virgílio Távora, de ponta a ponta, o que consumiu em cada plantio, mais de 500 mudas. Hoje restam apenas duas árvores, próximas à Secretaria Municipal do Trabalho e Ação Social. São duas Bauhinia forticata (pata-de-vaca). Bem perto destas duas, um comerciante de um pequeno supermercado, chegou a tentar uma ação na justiça (e perdeu), para impedir a prefeitura de plantar uma árvore em sua calçada, alegando que a calçada é dele, e ele não o permite, pois as folhas a sujarão.
Nossa secretaria do meio ambiente recebeu nestes quatro anos inúmeros chamados de pessoas que queriam que nós fôssemos ao seu endereço matar uma árvore, ou se não pudéssemos, que lhes autorizássemos a fazer. Conseguimos deter bruscamente a matança indiscriminada de árvores. Detivemos as mutilações a que chamavam de podas.
Para quem ainda não aprendeu, a legislação municipal de Itaitinga proíbe e prevê multas para quem destrói, mata e mutila árvores. Além de ser proibido mutilar e matar, é proibido também colocar nelas pregos para a sustentação de placas, amarrar cordas para fixar faixas, ornamentações natalinas e outras. Os valores das multas iniciais são baixos, mas podem chegar a até R$ 500 mil reais se a árvore é rara como uma Caesalpinia echinata (pau brasil) ou se o dano ocorre em APP (matas ciliares de nossas lagoas e rios).
Algumas pessoas plantam uma árvore na calçada de suas casas. Passam a achar que a árvore é delas e a podam de forma errada, fazendo uma verdadeira mutilação. Estão sujeitos à multa. Nenhum cidadão pode podar a árvore que plantou em frente à sua casa. Ela é patrimônio público e somente a prefeitura pode cuidar dela. É o que preconiza a legislação municipal.
A equipe de educação ambiental que trabalhou nas escolas nos últimos quatro anos vinha enfatizando com vigor que as árvores urbanas têm o poder de interferir no clima da cidade, tornando-o mais ameno, além de reduzir a poluição sonora, visual e atmosférica. Sempre acreditamos que as gerações futuras poderão ser mais cuidadosas se forem trabalhadas desde já.
Para encerrarmos, não é demais relembrarmos que para tratarmos bem as nossas árvores é necessário que:
Não coloquemos placas, faixas, luzes ou enfeites de Natal nas árvores.
Evitemos pintar seus troncos, seja com a finalidade de "proteger" ou decorar. A prática comum de caiar os troncos das árvores não tem função benéfica. A cal é tóxica para os líquens e pequenos insetos que vivem nos troncos e dão vida a árvore.
Entremos em contato com a Prefeitura se perceber que há necessidade de tratamento (no caso de ataque de cupins e outros insetos) ou poda (se estiverem perto de fios elétricos), ou no caso de ameaça de queda.
E, finalmente que as regas aconteçam nos períodos de seca, de preferência nos horários mais frescos do dia (pela manhã e no final da tarde).