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segunda-feira, 21 de abril de 2008

Chuva


Hoje acordei com esta chuvinha persistente que caiu a noite toda e insiste em continuar molhando a minha manhã. Abro a minha caixa de mensagens e uma me chama atenção. Decido começar por ela: AFINIDADE. Eu estava certo. Valeu a pena, começar assim meu dia.
Manhã fria, com nuvens baixas que encobrem a minha serra. Brisa suave e fria que me obriga a vestir roupas que nem quero.
Esta minha brisa leva as nuvens, que envolvem a serra, a rodeiam e escondem, mas deixam-me perceber, no silêncio desta manhã, o murmúrio baixinho, quase um lamento, das águas a escorrer pelas pedras, caindo em pequenas cascatas, seguindo como um riacho, atravessando o meu jardim, onde molho os pés, nesta água gelada, que há pouco estava no céu, na serra, e agora, se infiltra e se perde por entre as folhas do gramado.
A chuva afugentou meu beija-flor, minhas borboletas, meus micos. Esconderam-se todos. Só a mamãe sabiá, não se afastou do seu ninho, onde atenta e assustada, cuida de seus dois filhotes, e nem se abala quando me aproximo e protejo o ninho com um plástico que a protege agora da chuva.
Sentiu que temos AFINIDADE.
Volto molhado. A dor é grande, deixo-me cair na rede, penso em você. AFINIDADE. É isso. AFINIDADE. Eu e você. E a chuva continua.

2 comentários:

Aurileide Alves disse...

Um bom tema, para poucos. Acho que eh o que faz os relacionamentos darem certo. Afinidades.

Aurileide Alves disse...

A Ana é muito linda, né! Esta beleza não se fabrica. Vem de dentro pra fora. É pura!