O tema sempre existiu, nunca como agora.
Nossa mídia está ocupando quase todo o seu tempo para mostrar fatos já mostrados, sobre o bárbaro assassinato da menina Isabela, em São Paulo. Flashes são exibidos e re-exibidos da casa dos Nardoni, da casa dos Jatobá ou da casa dos Oliveira. Claro que estamos todos indignados, mas é necessária a re-exibição, ou a TV deveria aguardar fatos novos para exibi-los?
Mais ou menos à mesma época do cruel assassinato, numa cidadezinha da Região Metropolitana de Vitória, no Espírito Santo, uma menina de 10 anos pulou da janela do seu apartamento no 4° andar. Motivo? Seu pai chegara bêbado e ela já sabia a que tipos de violências seria submetida. Atendida no hospital público, sobreviveu. Com alta médica, foi para a casa da avó. A reportagem das TVs mostrou a menina na casa da avó, em recuperação e o pai preso, na delegacia. A matéria durou cerca de dois minutos e nunca mais se falou no assunto.
Hoje, em um telejornal local, no Ceará, mostrou-se que na cidade de Jardim, na região do Cariri, uma criança de 3 anos foi estuprada e morta por um homem que já está preso. A matéria local durou cerca de um minuto e nada se falou nos jornais ditos nacionais.
Isabela era uma menina de família branca e rica, morando na maior e mais rica cidade do país. As outras duas eram pobres. A capixaba, moradora da periferia de Vitória, numa cidade da Região Metropolitana. A outra, nordestina, pobre, morando numa região pobre de um estado pobre.
Parece brincadeira, mas a situação financeira das vítimas, a cor da pele e a região do país onde mora, influencia no espaço que a mídia dedica à vítima. Lamentável, mas é verdade.
terça-feira, 22 de abril de 2008
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