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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Minorias discriminadas


Em 1994 dediquei-me à defesa de crianças e adolescentes explorados no trabalho infantil de pedreiras e cerâmicas, onde um menino de seis anos ganhou notoriedade internacional com sua fotografia, sentado, quebrando pedras. Em 1997 criei o até hoje atuante Centro de Defesa da Criança e do Adolescente de Itaitinga – Cedeca/Itaitinga, e elegi-me para o Conselho Tutelar de Itaitinga. Conseguimos extinguir esta forma de trabalho infantil, embora saibamos que haja outras, muitas outras.
Mas a discriminação social é grande. É grande a discriminação de gênero, racial e sexual. Tenho sempre abertas as portas da minha casa para as pessoas que sofrem discriminações. Acolho e encaminho.
Nossa sociedade discrimina os pobres, pessoas que moram na periferia e que são tratadas como inferiores, até nas igrejas. A mulher, que não é minoria, é discriminada em todo o Ceará de forma absurda, até nas letras de forrós, que paradoxalmente elas tanto curtem, quando são chamadas de cachorras, raparigas e outros termos. A Lei Maria da Penha não diminuiu as discriminações e elas continuam apanhando de homens no meio da rua, como aconteceu no Clube da Tia, onde no dia 9 de outubro no meio de uma festa, um vereador agrediu sua ex-mulher dentro do clube e arrastou-a até a rua onde a largou em frente a uma viatura policial que nada fez para prender o agressor em flagrante.
Quando elegemos em 2004 um prefeito negro, que está no poder até hoje (reeleito) achei que a discriminação contra negros havia diminuído no município. Mas desde a campanha a oposição o chamava de urubu, e ele, talvez por medo de perder votos, perdeu a excelente oportunidade de levar dois ou três para a delegacia pelo crime de discriminação racial. Em 2006 eu trouxe a Itaitinga um grupo de Maracatu, do meu amigo Carlos Veneranda, negro e vice-prefeito de Fortaleza, que com ele apresentou-se na Praça para meia dúzia de pessoas, não dispostas a assistir espetáculos de negro. Nem o prefeito, negro e convidado prestigiou a exibição, no Dia Nacional da Consciência Negra. Neste dia, elegemos dois delegados que foram à Brasília para um evento que debateu políticas públicas para negros, mas o município não tomou conhecimento.
A discriminação sexual é alta. Jovens de ambos os sexos são expulso de casa, no início da adolescência quando revelam suas preferências homossexuais. No ano passado, 2010, ajudei a organizar uma associação denominada Movimento Aquarela de Itaitinga, que pretende defender o público LGBTT (Lésbicas, gays, bi-sexuais, transexuais e travestis) de todas as formas de discriminação. Para tentar ganhar a simpatia da população organizamos a I Parada da Diversidade Sexual de Itaitinga, que foi um estrondoso sucesso.
Já em 2011, com apoio do Governo Federal fizemos em 22 de setembro a Mostra Itinerante do 4º For Rainbow, um Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual, que celebra a cultura de paz e o respeito à diversidade humana. Reunimos em meu sítio um grupo do público LGBTT e exibimos dez curtas que foram amplamente debatidos.
Realizamos também em 1º de outubro a II Parada pela Diversidade Sexual de Itaitinga, outro sucesso, com apoio do Governo do Estado do Ceará.
Na Mostra Itinerante do 4º For Rainbow, havia uma maleta com vários brindes, camisa do movimento, chaveiros e outros para sorteio e distribuição. Fiquei com um chaveirinho (foto acima) que resume bem as quatro formas de discriminação que evidenciei. O chaveiro fala por si. Vemos aí duas mulheres, como dissemos visivelmente discriminadas por serem mulheres. São discriminadas por serem pobres, nota-se pela maneira de se vestirem. Uma é negra, outro fator que discrimina. E... Namoram, são lésbicas, imperdoável em nossa sociedade.
Olhando para o chaveiro tenho pena da negra, até porque ela é mulher, negra, lésbica e pobre. Reúne em si, pelo menos quatro fatores que atraem a discriminação da sociedade. Até quando?
VOCÊ TAMBÉM PODE VER ESTA POSTAGEM EM MEU VIDEO BLOG FRAGMENTOS: http://www.youtube.com/watch?v=1MY-lDCQ2h0

Um comentário:

fotos do doi-codi rj disse...

Ilustríssima

Carolina Villacreces

Produtora Executiva - Programa Via Legal

Bom dia,

Não sei qual é a formação exata dos nossos algozes do ontem e nem os de hoje, mas sei que temos acadêmicos e magistrados, capacitados e devemos ter em conta que existe uma figura chamada“crime impossível”. Ninguém pode cometer um delito contra uma vítima inexistente: por exemplo, ninguém pode ser acusado de ser um criminoso. Da mesma maneira, não pode prejudicar-se em uma moral inexistente. Mas, devemos lutar e quiçá à luta nos ensina no ombro com ombro que nosso caráter é maior!

O mal só tem força, não tem poder, o, poder é de Deus! E peço a Deus para perdoar os que nos perseguem.

Tenho à honra de exibir os trabalhos do amigo Paulo Afonso, filho de general que foi afastado por ser contra o regime, e ele era estudante de jornalismo na época da ditadura e, hoje, é um grande defensor dos direitos sociais e humanos conforme mostra no link do yotube abaixo.

Segue também em arquivo PDF o combate na justiça sobre o meu processo.

É verdade que existem muitos “EMMANUEL” –enviados por Deus! Como por exemplo: Doutor Jânio Urbano Marinho Junior (DPU), Marlon Alberto Reicher (PRR), Carlos Muta (TRF3), Márcio Moraes (TRF3), CLAUDIO DE PAULA DOS SANTOS (TRF3), Carolina Villacreces (TV Justiça), e tantos outros que conheço desde o Rio Grande do Sul até os confins da nossa grande Amazônia.

Desejo um final de semana com muito brilho da luz da paz e amor do Nosso Pai Deus!

Forte abraço,

Espedito de Freitas – 64.

11-2516-0546

http://www.youtube.com/watch?v=1MY-lDCQ2h0 - Lindo o trabalho!