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domingo, 12 de junho de 2011

Santo Antônio casamenteiro


Santo Antônio de Lisboa, Santo Antônio de Pádua, ou simplesmente Santo Antônio, é tudo uma pessoa só. Na realidade, nem Antônio ele se chamava, mas Fernando de Bulhões. Fernando trocou de nome aos 25 anos, saindo de um convento agostiniano para um franciscano. Na Ordem Franciscana, conviveu com São Francisco de Assis, o próprio fundador da ordem. Antônio formou-se em direito.

Mas o que importa mesmo é o seu lado casamenteiro e de excelente conciliador de casais.

Antigamente havia imagens dele, com o menino Jesus ao colo, em que a imagem de Jesus não era colada ao corpo de Santo Antônio. Contam que muitas moças querendo casar, sequestravam-lhe o menino Jesus e o escondiam, só o devolvendo quando o santo lhes arrumava casamento.

Outras jovens colocam a imagem de cabeça para baixo, dizem que só a mudariam de posição quando Santo António lhes arranjasse marido. Aliás foi isso que fez minha cunhada. Pior, enterrou o santo de cabeça para baixo numa touceira de bananeiras, numa madrugada do dia 13 de Junho. O santo lhe arrumou rápido um casamento em Brasília. Não com algum deputado ou senador. Acho que o santo estava meio zangado, e arrumou um casamento qualquer. Foi mal.

No Rio de janeiro fui ver de perto um outro antigo costume. A igreja do santo, no Largo da Carioca, distribui no dia 13 de junho o pão de Santo Antônio. Ganhei um e segui a tradição: colocar o pãozinho dentro de uma lata de mantimentos, para que não falte comida durante o ano. O pão que ficou na minha casa uma ano, dentro da lata do arroz, não mofou, mantendo-se íntegro o ano todo. Não faltou comida, ou pelo milagre do santo, ou porque eu trabalhava feito um doido.

Mas o mais interessante, vi no Ceará. Já praticado em Barbalha, vi acontecer em Itaitinga. A Caminhada do Pau da Bandeira. Corta-se na mata uma árvore grande e de tronco grosso (crime ambiental). São necessários dezenas de homens para levar o pau, que servirá de mastro da bandeira do santo. No caminho, pelas ruas da cidade, eles param para pequenos descansos. Nestas paradas, olham em volta e se veem alguma moça solteira a levam para montar no pau da bandeira, que levantam e balançam. Está feito o “batizado”. Dizem que a moça casa antes da próxima festa do santo.

Presenciei uma professora que sentou no pau, da bandeira, claro. Um comerciante incrédulo disse que se ela conseguisse casamento antes da próxima festa ele daria o fogão como presente. Se vai dar, não sei, mas ela arranjou marido, já estão noivos. Se você está solteira, não custa tentar. No ano que vem, claro, pois a foto acima é da 2ª caminhada do Pau da Bandeira de Santo Antônio, em 1º de junho de 2011

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